terça-feira, 21 de junho de 2011

Mais um crítico internacional elogia vinhos brasileiros!




A próxima edição do Atlas do Vinho, de Jancis Robinson, é aguardada com expectativa pelos vinicultores brasileiros. Isso porque sua grande colaboradora Julia Harding esteve no Brasil este ano e degustou cerca de 120 vinhos, alguns com notas surpreendentes.

Julia fez questão de ressaltar a qualidade crescente dos vinhos brasileiros, mesmo daqueles mais baratos. Ela, como tantos outros críticos, ressaltou a qualidade dos espumantes nacionais, mas elogiou a fruta e a moderação no teor alcoólico dos tintos. Ela se surpreendeu porque dentre os 120 vinhos não havia nenhum com defeito ou problema grave.

Dentre as variedades mais apreciadas por Julia, estavam Cabernets Francs, Tannats, Cabernets Sauvignons e Merlots, pela ordem. Aqui importante ressaltar que o Brasil tem condições de produzir várias castas, e não uma só, como muitos pretendem, dando enfoque a Merlot como vinho típico brasileiro, o que a nosso ver seria um grande erro. A própria Julia frisou que há muito Merlot no mercado, e que gostaria de ver produção de outras castas, como as citadas.

Dentre os espumantes, destacou aqueles produzidos no método charmat e os moscatéis, segundo ela, melhores que muitos Asti italianos.
Dos brancos, ela afirmou ter degustado poucos exemplares para emitir opinião, mas gostou daqueles produzidos na Serra Catarinense.

As notas podem ser conferidas no site www.jancisrobinson.com

Do Blog: Confraria da Fórmula1

Itália supera a França como o maior produtor de vinhos do mundo

Folha de SP


Na última safra, foram produzidos 4,96 bilhões de litros de vinho italiano, contra 4,62 bilhões de litros na França. Enquanto a Itália se manteve estável, a produção francesa apresentou queda em relação ao ano anterior.
Em relação ao prosecco (versão italiana para o champanhe francês), a produção também cresceu, com 420 milhões de litros, contra 400 milhões do vizinho europeu.

Os tipos de bebida de origem controlada na Itália, mais de 500, também superou a quantidade na França. O solo italiano tem, ainda, o maior número de vinhedos.

Segundo especialistas, a hegemonia italiana se deve ao clima, ao investimento em tecnologia e à geografia.

Os dois países produtores se mantêm bem à frente do terceiro colocado, a Espanha. O quarto lugar fica com os Estados Unidos.

As exportações na Itália também cresceram 15% em relação a 2009. O país exporta quase o dobro da França, mas fatura 20% a menos em suas exportações.

Os Estados Unidos são os maiores importadores mundiais da bebida e, desde 2002, compram da Itália. O segundo maior mercado é a Alemanha. A Inglaterra compra cerca de 12% do vinho italiano e é o terceiro maior importador mundial. A China também figurou no estudo como um grande mercado.

BRASIL

O mercado brasileiro está bem distante dos primeiros colocados mundiais, tanto em relação ao consumo como em relação a exportações.

No Brasil, o consumo de vinho por pessoa, em 2010, foi de 1,61 litros. O país fica atrás do Vaticano (70,22), da França (45,23), da Argentina (25,16) e do Chile (13,85).

Segundo a Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura), foram exportados no ano passado 1,28 milhões de litros, no valor de US$ 2,29 milhões. Os espumantes, em menor volume, apresentaram aumento de 68,42% na quantidade e 284,73% no valor das exportações.

Houve aumento de 26,48% e 26,46% na quantidade e no valor das importações, respectivamente. No mesmo ano, foram importados 75,05 milhões de litros de vinhos finos, o que representa mais de 75% do vinho fino comercializado no Brasil.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Jamie Oliver serve Miolo no Fifteen

terça-feira, 14 de junho de 2011


O chef, apresentador e empresário inglês Jamie Oliver inclui alguns rótulos da Miolo na carta de vinhos do seu badalado restaurante Fifteen, em Londres. O Lote 43, ícone da Miolo, abriu as portas, já que é servido na casa desde o ano passado.


Agora, mais três rótulos foram incluídos na carta de vinhos do Fifteen: Miolo Reserva Pinot Noir (foto), Miolo Merlot Terroir e Millésime. A Miolo é a única representante brasileira na carta de vinhos do Fifteen. O restaurante foi fundado em 2002 por Jamie Oliver, com a proposta de profissionalizar jovens ingleses pelo Programa Aprendiz. NO cardápio, culinária italiana comprometida com a qualidade e origem dos produtos em um ambiente arrojado, moderno e divertido. O Fifteen tem filiais em Cornwall, no sudoeste da Inglaterra, e em Amsterdam.

Pelo jornalista Rodrigo Leitão

Primeiro vinho totalmente orgânico é batizado na França

Midi Libre terça, 14 de junho
A DOMAZAN, Chateau du Bosc, batizou um vinho sem sulfitos



Como transformar o suco de uva em vinho, sem adição de sulfitos? É um mistério que aos poucos os vinicultores estão tentando resolver. E entre eles, William Reynolds, que opera os doze hectares do Chateau Bosc, para Domazan, bio-conversão de três anos. "Quinze viticultores na França e apenas dois ou três na área sabem fazer", disse Claude Reynaud, que entregou a seu filho a liderança do campo.

"A natureza não sabe como fazer o vinho", resume. Suco de uva se transforma inexoravelmente em vinagre. Adicionar doses baixas de sulfitos pode parar este processo e obter o vinho ". É por isso que nunca falamos sobre vinhos orgânicos, mas vinho produzido a partir da agricultura orgânica. Porque, se os solos são cultivados sem agrotóxicos ou fertilizantes, ainda têm os malditos sulfitos. Assim, como você produz o vinho sem aditivos químicos? "É um longo e complexo trabalho através de filtrações e temperatura", esclarece o produtor, que não revela todos os seus segredos.

"Eu até achava que era impossível e aqui está ele, o primeiro cuveé, chamado Artemis, está na garrafa". Um vintage ainda confidencial, "vinho de garagem, como eles dizem, produzido em pequenas quantidades, que foi nomeado sábado 11 de junho às 19 horas, no campo Bosc, por Philippe Desbrosses, o pioneiro da agricultura biológica na Europa.

Vendido apenas na adega, o vinho mantém a sua promessa de sabor fino, frutado, talvez um pouco mais. "Esses vinhos naturais são uma demanda do consumidor e para nós, produzir mais saudáveis e verdadeiros é primordial. Estes vinhos são o futuro", diz Claude Reynaud. Por enquanto, eles representam apenas 10% do castelo. "Este vinho é longo e complexo para a fabricação. Ele funciona sem uma rede, por isso, pode virar, a qualquer momento, vinagre." No próximo ano, quando o campo ganhar o rótulo “Agricultura Biológica” (AB), provavelmente será um dos poucos a oferecer um vinho totalmente orgânico.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Audiência discute situação dos produtores de vinho artesanal


A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural promove nesta tarde conferência para discutir a situação dos pequenos agricultores familiares produtores de vinho artesanal ou colonial. O debate também vai tratar da produção, da legislação e da tributação do setor.

O evento foi sugerido pelos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Luiz Carlos Setim (DEM-PR), Valdir Colatto (PMDB-SC), Afonso Hamm (PP-RS) e Celso Maldaner (PMDB-SC). A conferência está marcada para as 14h30, no plenário 6.

Foram convidados para o debate:
- o chefe da Divisão de Culturas Permanentes do Ministério da Agricultura, Gustavo Henrique Araújo;
- o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério da Agricultura, Maçao Tadano;
- o auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil Marcelo Fisch Menezes;
- o prefeito de Salgado Filho (PR), Beto Arisi;
- o presidente do Sindicato da Indústria do Vinho do Estado de Santa Catarina, Celso Panceri;
- a presidente da Associação Caminho do Vinho - Colônia Mergulhão (Acavim) de São José dos Pinhais (PR), Rosana Juliatto Pissaia;
- o presidente da Associação das Indústrias Caseiras de Vinho de Catuípe (RS), Joaquim Lorenzoni;
- representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A PIRATARIA CHINESA CHEGA AOS VINHOS DE BORDEAUX

Raquel Villaécija/ Paris


Suas bolsas Vuitton são gêmeas genuínas, seus lenços réplicas exatas do original Dior e os perfumes são de tal forma que o nariz humano é incapaz de discernir entre o bom e o ruim.

Não há nada que resista aos piratas chineses, até mesmo os paladares.

Os reis do plágio perfeito, deram um passo na arte da cópia e começaram a comercialização dos vinhos franceses de Bordeaux fabricados na China.
Produtores gauleses estão alarmados com a tendência cada vez mais difundida. "A garrafa é perfeitamente imitada, há apenas diferenças quase imperceptíveis na forma do vidro e da ausência de uma faixa de ouro no logotipo. Mas os textos, literatura e etiqueta traseira são absolutamente idênticas ", disse Hervé Grandeau, vítima de plágio, ao jornal Le Parisien.

Seu vinho, o Château Lauduc tem réplicas nas prateleiras dos supermercados, em Pequim. Ainda de acordo com o produtor e presidente do sindicato dos melhores Bordeaux e se é verdade que a garrafa é a mesma, o conteúdo não tem cor. "O vinho é de muito má qualidade e é bem visível ao paladar", diz o francês.

METADE DO PREÇO

A outra diferença entre as duas garrafas está no preço. Se o original é vendido a 200 yuans, o dobro pode ser adquirido por apenas 80.

Esta concorrência desleal está prejudicando seriamente os produtores e a Grandeau, que exporta seus vinhos para a China desde 2007, diz que viu o número de vendas cair nos últimos meses.

Seus vinhos não estão sozinhos. Outras grandes colheitas de Bordeaux, incluindo Château Lafite Rothschild, Mouton Rothschild e/ou da Borgogna, eles também têm seus dublês no mercado asiático.

Tal como acontece com o mercado de moda de luxo, os Reserva são os grandes favoritos da fraude, mas mesmo os de outro nível como Mouton Cadet ou Castel, não conseguem escapar do crime.

Exemplares vendidos em lojas de varejo e lojas, mas também em grandes restaurantes. Os produtores dessas regiões estão tentando lutar contra esta concorrência tentando aperfeiçoar as etiquetas para os tornar mais identificáveis e poder alertar os consumidores que apreciam cada vez mais os vinhos importados.

De fato, a China já está entre os 10 maiores produtores mundiais de vinho e é esperado um aumento no consumo de 20% nos próximos três anos. Segundo a Vinexpo, que organiza as feiras internacionais mais importantes, a produção de vinhos no país também aumentará em 77% até 2014.
O problema, dizem os produtores, é que embora os consumidores asiáticos sejam grandes amantes do vinho, não são especialistas, tornando-se incapazes de distinguir entre um grande reserva e uma cópia vulgar.

domingo, 5 de junho de 2011

Preço e rótulo do vinho podem enganar sommeliers, diz estudo

Folha de SP


A crítica de vinhos, com seu vocabulário pomposo e sofisticado sistema de notas de zero a cem, não é, em termos objetivos, muito mais do que uma fraude. Essa pelo menos é a conclusão a que se chega quando revisamos os testes científicos a que a indústria da enofilia foi submetida nas últimas décadas. Em 1963, Rose Marie Pangborn, uma das pioneiras nos estudos da percepção do gosto, mostrou que, quando se adicionava um pouco de corante para que vinho branco ficasse rosado, especialistas classificavam o falso rosé como mais doce do que a mesma bebida sem a tintura.

Com esse experimento, ela abriu as porteiras para uma série de testes que, se não destroem inteiramente a reputação da enologia, mas chegam muito perto de fazê-lo. Um clássico no gênero é o artigo "A Cor dos Odores", de Gil Morrot, Fréderic Brochet e Denis Duburdieu. Eles recrutaram 54 estudantes de enologia da Universidade de Bordeaux e os convidaram a provar e a comentar duas taças de vinho, que pareciam ser um branco e um tinto. Na realidade, porém, ambos os copos continham o mesmíssimo vinho branco, mas, num deles, havia sido adicionado antocianino, um corante que não deixa gosto. Como prognosticado pelos cientistas, os estudantes não perceberam o truque e ainda descreveram com riqueza de detalhes os aromas de cada uma das amostras com o vocabulário específico para as uvas vermelhas e brancas.



Num outro experimento, Brochet resolveu ir ainda mais longe e serviu um Bordeaux que engarrafou com dois rótulos distintos: "grand cru" (vinho de excelência) e "vin de table" (vinho mais pobre). Como esperado, os especialistas deram avaliações muito diferentes a cada uma das amostras. O "grand cru" foi considerado "agradável, amadeirado, complexo, balanceado e arredondado", enquanto o "vin de table" lhes pareceu "fraco, curto, leve e achatado". Quarenta dos especialistas julgaram que o vinho de rótulo pomposo valia o investimento; apenas 12 disseram o mesmo da bebida barata. Um vinho de US$ 10 melhora substancialmente quando é etiquetado como uma garrafa de US$ 90.

Outro estudo seminal, de Gregg Salomon, de Harvard (EUA), mostrou que, quando se oferecem a especialistas três taças de vinho, duas das quais são idênticas, eles são incapazes de apontar a amostra diferente em um terço das tentativas. Em termos objetivos, o paladar humano só detecta cinco sabores: doce, salgado, azedo, amargo e umami. É verdade que, no caso do vinho, as sensações gustativas são enriquecidas por algo entre 600 e 800 compostos voláteis que podem ser captados pelo olfato.

O problema é que, mesmo os narizes mais bem treinados não conseguem identificar mais do que quatro componentes na mesma mistura. O cérebro não entrega os pontos e se fia em pistas externas como cor, rótulo e preço para emitir seus pareceres enológicos. Não fossem os cientistas desmancha-prazeres, ele provavelmente teria sucesso e o logro não seria descoberto nem pelo "sommelier" que prova as sensações como reais e objetivas. As inconsistências na percepção dos sabores não estão restritas ao ramo vinícola. Já foi demonstrado que podemos nos deleitar com comida de cachorro como se fosse patê de "foie gras".


A Associação Brasileira de Sommeliers diz que as pesquisas são irrefutáveis e que os especialistas em vinhos são mesmo influenciados pelo rótulo e pela procedência. "Ninguém tem coragem de falar mal de um vinho famoso. Somos induzidos, sim", diz o diretor Arthur Azevedo.

Por: Hélio Schwartsman

sexta-feira, 3 de junho de 2011

VINHO E COMIDA JAPONESA

Voltando depois de um longo período de entressafra, resolvi retomar o assunto “harmonização”.

Em homenagem ao grande amigo de origem nipônica e chefe de cozinha Fabiano Suzuki, vou falar de comida japonesa e vinho. O assunto é delicado, mas palatável!
A cozinha japonesa, de aparência leve e saudável, traz armadilhas que podemos ignorar por subestimar seus poderes: os sabores avinagrados das conservas ou os sabores picantes, que chegam a nos tirar lágrimas, às vezes.

Para um amante de vinho, a japonesa é a cozinha mais complicada entre as cozinhas asiáticas por conta de seus sabores. Obviamente, o saquê é a melhor opção para acompanhar as iguarias cruas, fritas, em conserva ou com molhos fortíssimos, mas para quem quer um fermentado de uvas, seguem algumas sugestões abaixo.

A comida japonesa exige sempre os melhores e mais frescos ingredientes e preza por manter e realçar seus sabores, cores e texturas cozinhando tão rápido quanto possível, ou mantendo cru. Outras técnicas básicas usadas são o grelhar, pochear ou colocar em conserva.

A base de sua cozinha continua sendo o arroz (com seus grãos levemente pegajosos e, quase imperceptivelmente, adocicados), seguido por peixe e hortaliças em abundância. Os laticínios e a carne vermelha eram quase inexistentes até o final do século passado.
Já que o arroz também dá vida ao saquê, ele era servido mais para o final da refeição, para que não ficasse redundante e o comensal pudesse beber um pouco mais(de saquê) durante a refeição.
A sopa (quase sempre de missô), o peixe, os vegetais crus (ou semi), talvez uma ave ou uma carne ou apenas uma massa cozida e servida quente dentro da sopa ou até fria nos dias de verão.

Este é um “arroz com feijão” japonês – sortido, colorido e saudável.

Aparentemente sem perigo para um vinho, alguns ingredientes podem derrotá-lo facilmente, pois os molhos japoneses não são nada suaves. Shoyus claros e escuros (lembrando do impacto do sal no vinho), ameixas amargas (que são realmente MUITO amargas), cítricos ligeira e tendenciosamente amargos (como uma lima),gengibre, nabo, rabanete, o suave vinagre de arroz, o próprio missô e a nada desimportante e poderosíssima wasabi (raiz forte) que se usada de forma excessiva, derrota qualquer tentativa de harmonização.

A vantagem é que cada sabor é pronunciado e percebido. Um vinho de boa acidez é indicado por conta dos sabores cítricos e avinagrados em geral, nos carregando para o lado dos brancos, com freqüência. Por ser uma comida leve, os brancos mais leves e de médio corpo seriam mais indicados e os de sabor intenso, encorpados harmonizam com os temperos e molhos. Evitem vinhos que tenham passado por barricas de carvalho (que tenham essa passagem marcada no vinho de forma acentuada).

Como sou fã, começo indicando um Riesling, principalmente os alemães e os da Alsácia, além deles, um bom espumante tradicional bem seco também pode acertar e um Sauvignon Blanc do Novo Mundo também cai muito bem.

Grande abraço!