segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Top 100 da Wine Espectator

Bem, demorei um pouco para escrever sobre este assunto, pois esperava para saber se seria o único. Ao que parece, serei: A mim parece estranho, ou, no mínimo,desconfiável, que uma publicação norte-americana, com "juízes" norte-americanos, tenha domínio sobre a opinião e eleição dos 100 melhores vinhos do mundo. Alguem que tenha lido a revista dos "top 100" atentou para o detalhe que dentre os "10 melhores" estão 40% de vinhos norte-americanos? Que dentre os 50 primeiros rankeados, 27, ou seja, 54% dos vinhos é de produção norte-americana? Ou ainda, que dentre os 100 rankeados, segundo a revista, representando 12 países, os EUA detém 41 rótulos, ou seja, 41% do ranking é de vinhos norte-americanos, sobrando aos demais países uma média de 5,36 rótulos para representar cada país restante.
Um dos motivos que me deixa intrigado é a quantidade de regiões produtoras de cada país. Quantas regiões produtoras existem na França, Itália, Espanha ou Portugal, com suas diversidades de castas, climas, tipos de vinho, etc? Isso me leva a questionar: só os Estados Unidos tem vinhos de qualidade para representar os melhores do mundo, com suas poucas regiões produtoras e pouquíssimas variedades de uvas? A dúvida que me surge é se a revista é tendenciosa com os vinhos compatriotas ou não(afinal estão em crise e algo precisa vender), ou os vinhos do resto do mundo não têm realmente qualidade para competir com os norte-americanos.
O vinho que encabeça a lista, é um pinot noir da Kosta Browne(que conste, nada contra), que sequer podia ser provado no resto do mundo, pois seus produtores não exportavam até pouco tempo atrás. Só exportam, de um ou dois anos para cá, para Dinamarca, Suécia e Japão. Temos que engolir realmente o gosto destes "juízes"? Sempre decidimos nossas compras e opiniões baseado em notas, comentários e destaques de pessoas que não conhecemos ou sequer sabemos se são idôneas ou se vendem espaço e opinião em suas colunas. Não poderíamos permitir que nosso gosto, clima, ambiente e até nossa produção nacional nos direcionasse um "brazilian top 100" feito, obviamente, por cem opiniões e não por cem vinhos nacionais e por gente que não venda suas opiniões e colunas(raridade)? Já engatinhamos há muito tempo neste mercado e está na hora de andarmos com nossas pernas, já que compramos e bebemos os melhores do mundo(segundo a história e não segundo a Wine Espectator). É isso.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"Miolo concretiza fusão de suas empresas"

Revista Vinícola 01/11
"O Grupo Miolo concluiu a operação de fusão iniciada em outubro de 2009, a partir da aquisição conjunta da Vinícola Almadén com as famílias Randon e Lovara. A empresa anuncia a criação da Miolo Wines S/A, que será a controladora de todos os empreendimentos do grupo, reunindo participações das famílias Miolo, Randon e Benedetti/Tecchio.
O grupo, de capital fechado, integrará quatro empresas de produção em três regiões brasileiras: Vinícola Miolo (Vale dos Vinhedos/RS), Projeto Seival Estate e Vinícola Almadén (Campanha/RS) e Vinícola Ouro Verde (Vale do São Francisco/BA), além da comercializadora Miolo Wine Group.
A família Miolo permanece com o controle acionário do grupo e passa a contar com sócios com experiência muito sólida no mundo empresarial. A família Randon e a Lovara ingressam como importantes sócios estratégicos. Raul Randon é o fundador das empresas Randon, grupo classificado entre os mais importantes no setor de transporte para cargas terrestres, também atuante nos segmentos de autopeças e sistemas automotivos, além dos serviços de consórcio e banco. A Lovara, de propriedade das famílias Benedetti/Tecchio, é parceira da Miolo de longa data, desde a aquisição da Vinícola Ouro Verde, no ano 2000. A relação com a família Randon também já é antiga, a partir da elaboração do vinho RAR, iniciada em conjunto com a Miolo em 2002."