sexta-feira, 30 de março de 2012

SALVAGUARDA VAI ATRAPALHAR MERCADO

"D.O.M." tira vinhos nacionais de sua carta

"Nesta quarta-feira pela manhã, a sommelière Gabriela Monteleone, responsável pelos vinhos dos restaurantes D.O.M. e Dalva e Dito, em São Paulo, comunicou a Carlos Paviani, diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) que está retirando todos os vinhos brasileiros das cartas das duas casas. Ao todo, são 20 rótulos diferentes. A ação foi definida em conjunto com Alex Atala, o chef brasileiro de maior prestígio internacional. Na avaliação do restaurante, não basta apenas deixar de trabalhar com os vinhos das vinícolas que apóiam a salvaguarda.

"As pessoas não imaginam como é difícil vender vinhos brasileiros. Muitas vezes, fazemos um grande trabalho de convencimento do cliente para ele aceitar um vinho brasileiro", afirma Gabriela. E agora, na avaliação de Gabriela e de Atala, a salvaguarda está colocando a perder todo o trabalho pela imagem do bom vinho fino brasileiro.

No final do dia, foi a vez de Paviani conversar com os membros da Associação Brasileira de Sommeliers em São Paulo (ABS-SP). Antes da reunião, Mario Telles Júnior, diretor da entidade, disse para a Menu que a ideia era mostrar para o Ibravin que a salvaguarda protege a indústria gaúcha do vinho ao mesmo tempo em que prejudica, e muito, o setor de serviços que trabalha com o vinho, inclusive o brasileiro, em todo o Brasil. "Antes da abertura de mercado e da chegada dos diversos rótulos de vinhos importados, o Brasil não contava com o sommelier profissional, não tinha todos os empregos gerados pelas importadoras, os restaurantes não tinham carta de vinhos completas", afirma o diretor da ABS-SP. As cotas para a importação de vinhos – que devem ser implementadas se a salvaguarda for aprovada – devem diminuir o mercado de vinhos, a diversidade de rótulos presentes no mercado brasileiro e, assim, impactar em todo o setor ligado ao vinho, na avaliação da ABS.

Com a reunião na ABS-SP, Paviani e equipe encerram o ciclo de conversas que mantiveram, no Rio de Janeiro e em São Paulo, com chefs, jornalistas e representantes de vinícolas. A ideia da Ibravin foi visitar, entre segunda e quarta-feira, os formadores de opinião para esclarecer sobre a salvaguarda e as razões que levam a entidade, junto com a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), a Federação das Cooperativas do Vinho (Fecovinho) e o Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho) a pedir as proteções ao governo federal.

O principal ponto do Ibravin é mostrar que as medidas da salvaguarda não prevêem o aumento de impostos do vinho importado. "A salvaguarda é uma defesa comercial legítima", afirma Paviani. Pela legislação, a salvaguarda permite dois caminhos – o aumento de impostos para até 55% ou a criação de cotas por países. Como as alíquotas de importação para o vinho chileno foram zeradas, a única medida possível no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) são as cotas. Aqui, a questão é que a cota pode (e deve) trazer um aumento do preço de vinho para o consumidor, resultado da lei da oferta e da procura.

Outra ponderação de Paviani é que o Ibravin não está pedindo aumento de impostos. Segundo ele, na quinta-feira passada, dia 23 de março, uma reunião definiu que, com o início do processo de salvaguarda, não tem cabimento o setor também pleitear a elevação da TEC (Tarifa Externa Comum) do Mercosul. Explica-se: por consulta do Ministério da Agricultura, o setor tem até a primeira semana de abril para informar se quer ou não entrar na lista de produtos de exceção do Mercosul, o que significa elevar os impostos de importação para até 55%. "Depois da salvaguarda, este assunto morreu", garante Paviani.

E aqui uma correção – em reportagem sobre o tema na edição de abril da revista Menu (que está em gráfica), está escrito que Paviani apóia também o aumento destas tarifas. Na conversa de ontem, com a reportagem da Menu, ele esclareceu que quando confirmou que o setor tinha recebido a consulta e dito sim, o processo de salvaguarda ainda não tinha sido aceito pelo governo. Com a salvaguarda, este aumento de impostos foi arquivado, segundo ele. E as entidades que representam o vinho não vão protocolar o pedido para que o vinho seja uma das exceções da TEC. A conferir."

Fonte:
http://revistamenu.terra.com.br/2012/03/29/d-o-m-tira-vinhos-nacionais-de-sua-carta/

"ENOGASTRONOMIA FASANO TAMBEM TIRA VINHOS NACIONAIS DA CARTA"

"Manoel Beato, um dos mais conceituados sommeliers do Brasil, decidiu também tirar os vinhos brasileiros das cartas dos dez restaurantes do grupo Fasano. Os rótulos nacionais vão saindo das adegas das casas de Rogério Fasano conforme as cartas de cada restaurante forem sendo refeitas nos próximos meses. "Não vou mudar a carta agora, mas conforme os vinhos forem acabando, não vamos comprar mais. E nas novas cartas não teremos vinhos brasileiros", afirma Beato.

O sommelier tomou a decisão de tirar todos os vinhos brasileiros das cartas como forma de pressionar a Ibravin e demais associações que apóiam a salvaguarda a desistirem do projeto. "Sei que a medida é forte, pela imagem do Fasano, mas é como conseguimos reagir ao projeto de limitar a diversidade do vinho", diz Beato. "A salvaguarda é um retrocesso, em um momento em que a imagem de qualidade do vinho brasileiro está crescendo", acrescenta. Dos mais de 350 rótulos da carta do Fasano, os brasileiros representam 10 rótulos – é um volume pequeno, mas importante para a imagem de qualidade do vinho nacional.

Mais: Beato é um sommelier conhecido por valorizar a produção nacional. Não raro, ele coloca tintos brasileiros em provas às cegas com grandes marcas européias para clientes e enófilos. São sempre vinhos que ele provou, gostou e se surpreendeu. E faz um trabalho importante para diminuir (ou acabar) com o preconceito de muitos consumidores com os vinhos elaborados em nosso país.

Além do Fasano, várias casas de alta gastronomia anunciaram que estão tirando os vinhos das vinícolas brasileiras que apóiam a salvaguarda de suas adegas. Roberta Sudbrack, Claude Troisgros e Felipe Bronze, no Rio de Janeiro, e a Tasca da Esquina, em São Paulo, são os principais. Ontem, o D.O.M. e o Dalva e Dito, em São Paulo, anunciaram que estão tirando todos os rótulos, e não apenas os das vinícolas que apóiam a salvaguarda, de suas cartas."

Fonte:
http://revistamenu.terra.com.br/2012/03/29/fasano-tambem-tira-vinhos-nacionais-de-sua-carta/



VERGONHA
Quem sabe, a solução não seja a redução de impostos e custos de produção dos vinhos nacionais, para que possam competir com os importados? Apoio a decisão e penso que todos os restaurantes brasileiros deveriam aderir à ação, como meio de mostrar indignação!
Ricardo

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A França tem a capacidade de produzir muitos grandes vinhos e é única no mundo


16 de dezembro de 2011,

Vinhos franceses ainda são os melhores do mundo, na França, existe a maior concentração de grandes vinhos. Em todo o mundo, existem outros vinhos de alta qualidade, ainda melhor que a nossa. Mas, na França, existe uma grande variedade, única no mundo.

Então, vamos comparar o que é comparável. Muitas vezes ouvimos sobre o Julgamento de Paris [em 1976, um vinho da Califórnia ganhou uma competição antes do vinho francês], degustações ou outros de sua espécie ainda famosos. Mas, como sempre, você deve especificar em que circunstâncias as degustações foram realizadas, como os vinhos foram julgados ... Isso relativiza os resultados sempre. O que estou certo é que ainda somos capazes de produzir grandes vinhos, e mais importante, temos a capacidade de produzir muitos grandes vinhos históricos. Sempre podemos encontrar vinhos que rivalizam com os vinhos franceses, mas um país estrangeiro nunca vai produzir tantos grandes vinhos como na França.

Para retornar ao gosto chinês, você deve saber que os chineses estão fazendo isso há muito tempo. Dez anos atrás eu fui convidado pela primeira vez pela Associação dos produtores chineses, que queriam seus vinhos de referência contra os vinhos internacionais da França, dos Estados Unidos, Itália ou Espanha. Descobri então que os vinhos chineses estavam ainda suficientemente longe em termos de qualidade, mas alguns tinham grande potencial. Além disso, há dez anos, eu já tinha visto o "Grace Vineyard Reserva do presidente", que ganhou a competição anteontem [quarta-feira 14 dezembro]. Existem hoje muitos franceses na China, que estudaram em Bordeaux.

Eu não estou preocupado com os vinhos. Mas cuidado! Quando somos líderes, temos de ficar, e não descansar sobre os louros.

Philippe Faure-Brac
Sommelier, meilleur sommelier du monde en 1992

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Uso do resveratrol auxilia na obesidade e melhoria do metabolismo: Xô gordura!







A notícia que todos os amantes do vinho esperavam, principalmente os obesos.


Quando os homens obesos tomam uma dose relativamente pequena de resveratrol, (um composto natural e um ingrediente chave do vinho tinto, na forma pura) todos os dias, durante um mês, seus metabolismos mudaram para melhor. Na verdade, os efeitos parecem ser tão bons para nós, como a restrição calórica.


Ensaios clínicos utilizando vinho tinto demostraram melhoria da saúde metabólica.

“Vimos um monte de pequenos efeitos, mas de forma consistente apontando em uma direção de melhora da saúde metabólica”, disse Patrick Schrauwen da Universidade de Maastricht, na Holanda.

As descobertas na edição de novembro da Revista Célula de Cell Metabolism, são os primeiros a relatar os efeitos clínicos de resveratrol.
Estudos anteriores em animais mostraram que o resveratrol alivia a resistência à insulina e protege contra os efeitos nocivos de uma dieta rica em gordura, entre outros benefícios, explicou. Os efeitos são comparáveis ​​ao que acontece quando animais ou seres humanos restringem significativamente o número de calorias que consomem, em um plano de dieta mostrado para retardar o aparecimento de doenças relacionadas à idade. Ainda assim, nenhum estudo tinha sistematicamente examinado os efeitos metabólicos do resveratrol em humanos.

Para preencher essa lacuna, os pesquisadores deram a 11 homens obesos, mas saudáveis, ​​um suplemento dietético que continha 150 miligramas sendo 99 por cento de trans-resveratrol puro, por 30 dias. Após, mediram a quantidade de energia que gastavam, e a quantidade de gordura que eles estavam armazenando, constatando-se uma queima de gordura muito grande.

Os dados mostram que, com a restrição calórica, e com os suplementos de resveratrol, tudo isso reflete num menor gasto energético e as medidas do metabolismo e da saúde em geral. Essas mudanças incluem uma menor taxa metabólica, menos gordura no fígado, níveis mais baixos de açúcar no sangue e uma queda na pressão arterial. Os participantes do estudo também tiveram mudanças na forma como os seus músculos queimavam a gordura.

Fonte: www.medindia.net/news

Por VInho dos Anjos

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Top 100 da Wine Espectator

Bem, demorei um pouco para escrever sobre este assunto, pois esperava para saber se seria o único. Ao que parece, serei: A mim parece estranho, ou, no mínimo,desconfiável, que uma publicação norte-americana, com "juízes" norte-americanos, tenha domínio sobre a opinião e eleição dos 100 melhores vinhos do mundo. Alguem que tenha lido a revista dos "top 100" atentou para o detalhe que dentre os "10 melhores" estão 40% de vinhos norte-americanos? Que dentre os 50 primeiros rankeados, 27, ou seja, 54% dos vinhos é de produção norte-americana? Ou ainda, que dentre os 100 rankeados, segundo a revista, representando 12 países, os EUA detém 41 rótulos, ou seja, 41% do ranking é de vinhos norte-americanos, sobrando aos demais países uma média de 5,36 rótulos para representar cada país restante.
Um dos motivos que me deixa intrigado é a quantidade de regiões produtoras de cada país. Quantas regiões produtoras existem na França, Itália, Espanha ou Portugal, com suas diversidades de castas, climas, tipos de vinho, etc? Isso me leva a questionar: só os Estados Unidos tem vinhos de qualidade para representar os melhores do mundo, com suas poucas regiões produtoras e pouquíssimas variedades de uvas? A dúvida que me surge é se a revista é tendenciosa com os vinhos compatriotas ou não(afinal estão em crise e algo precisa vender), ou os vinhos do resto do mundo não têm realmente qualidade para competir com os norte-americanos.
O vinho que encabeça a lista, é um pinot noir da Kosta Browne(que conste, nada contra), que sequer podia ser provado no resto do mundo, pois seus produtores não exportavam até pouco tempo atrás. Só exportam, de um ou dois anos para cá, para Dinamarca, Suécia e Japão. Temos que engolir realmente o gosto destes "juízes"? Sempre decidimos nossas compras e opiniões baseado em notas, comentários e destaques de pessoas que não conhecemos ou sequer sabemos se são idôneas ou se vendem espaço e opinião em suas colunas. Não poderíamos permitir que nosso gosto, clima, ambiente e até nossa produção nacional nos direcionasse um "brazilian top 100" feito, obviamente, por cem opiniões e não por cem vinhos nacionais e por gente que não venda suas opiniões e colunas(raridade)? Já engatinhamos há muito tempo neste mercado e está na hora de andarmos com nossas pernas, já que compramos e bebemos os melhores do mundo(segundo a história e não segundo a Wine Espectator). É isso.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"Miolo concretiza fusão de suas empresas"

Revista Vinícola 01/11
"O Grupo Miolo concluiu a operação de fusão iniciada em outubro de 2009, a partir da aquisição conjunta da Vinícola Almadén com as famílias Randon e Lovara. A empresa anuncia a criação da Miolo Wines S/A, que será a controladora de todos os empreendimentos do grupo, reunindo participações das famílias Miolo, Randon e Benedetti/Tecchio.
O grupo, de capital fechado, integrará quatro empresas de produção em três regiões brasileiras: Vinícola Miolo (Vale dos Vinhedos/RS), Projeto Seival Estate e Vinícola Almadén (Campanha/RS) e Vinícola Ouro Verde (Vale do São Francisco/BA), além da comercializadora Miolo Wine Group.
A família Miolo permanece com o controle acionário do grupo e passa a contar com sócios com experiência muito sólida no mundo empresarial. A família Randon e a Lovara ingressam como importantes sócios estratégicos. Raul Randon é o fundador das empresas Randon, grupo classificado entre os mais importantes no setor de transporte para cargas terrestres, também atuante nos segmentos de autopeças e sistemas automotivos, além dos serviços de consórcio e banco. A Lovara, de propriedade das famílias Benedetti/Tecchio, é parceira da Miolo de longa data, desde a aquisição da Vinícola Ouro Verde, no ano 2000. A relação com a família Randon também já é antiga, a partir da elaboração do vinho RAR, iniciada em conjunto com a Miolo em 2002."

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Vinho barato pode ser um vinho bom?

Reportagem da revista Bon Vivant:

Estar diante de uma grande diversidade de vinhos, de diferentes origens e preços, é sempre uma desafio para quem quer comprar e acertar na relação qualidade e preço. Foi isso que a Confraria Bon Vivant propôs a seus membros na degustação desta edição. E, para tanto, não buscamos profissionais em elaboração ou avaliação de vinhos como enólogos ou sommeliers, mas jornalistas e consumidores que tiveram o desafio de provar, às cegas, 17 vinhos nacionais e estrangeiros comprados no mercado por menos de R$ 15. A degustação aconteceu em Porto Alegre, na Escola do Vinho da Miolo.


Compramos os produtos em dois hipermercados (Zaffari e Big) de Caxias do Sul – RS, na Serra Gaúcha, escolhendo pelo rótulo, variedade e preço. Entre os escolhidos deveriam estar tintos brasileiros e importados. Tivemos o cuidado de não incluir rótulos estrangeiros que produzem vinhos demi-sec – com médio teor de açúcar – e só informam no contra-rótulo. No carrinho do supermercado organizamos vinhos brazucas, uruguaios, chilenos, argentinos, portugueses e um francês. O mais barato custou R$ 9,50 e, o mais caro, R$ 14,98.


Resultados
Os resultados desta experiência segundo nossos convidados: os vinhos nesta faixa de preço não apresentam grandes diferenças entre si. Não possuem defeitos, mas também não têm grandes atributos. Além disso, há ausência de tipicidade em grande parte das amostras, ou seja, um Merlot pode ser confundido com um Cabernet Sauvignon e vice-versa. Diante desses resultados, fica a pergunta: é possível fazer um vinho bom e barato? É possível elaborar um vinho honesto, sem exagerar na tecnologia, o qual seja possível bebê-lo no dia a dia e sentir prazer?



Os degustadores
Bianka Nieckel – jornalista
Guilherme Franczak – Enófilo e advogado
Irineu Guarnier Filho - jornalista
Ivo Czamanski - cineasta
José Armando Paschoal - publicitário
Jorge Franco - jornalista
Maria Amélia Duarte Flores - enóloga
Mauricio Rolloff - jornalista
Marcelo Drago - jornalista
Rafael Barcelos - marketing e eventos

Tabela de notas
Um excelente vinho: de 90 a 100 pontos
Um vinho muito bom: de 85 a 89 pontos
Um vinho bom: de 80 a 84 pontos
Um vinho razoável: de 70 a 79 pontos


Vinho bom x vinho barato
É possível fazer um vinho bom e barato? Um vinho honesto, o qual seja possível bebê-lo no dia a dia e sentir prazer? A pergunta foi feita a especialistas em enologia. Segundo eles, sim, um vinho pode ser bom e barato, mas é fundamental que o vitivinicultor invista na qualidade da matéria-prima. Se a uva é de qualidade pode-se obter um vinho bem feito, sem defeitos tecnológicos. No entanto, o que acontece, muitas vezes, é que quando a uva não tem tanta qualidade faz-se uso de mais tecnologia do que enologia no vinho. Por exemplo, se não tem muita cor mistura-se outro vinho, um pouco mais intenso em cor, mesmo que não seja muito bom. Se o vinho for áspero, tânico, amargo no final de boca, acrescenta-se açúcar dentro do limite legal, obtendo-se um vinho adocicado. Assim, tem-se um vinho barato cuja qualidade pode não ser o seu forte. Sobre falta de tipicidade: a legislação permite que um vinho varietal seja feito com uma mistura de outros vinhos. Por exemplo, num Merlot pode-se adicionar até ¼ em volume de outro vinho e mesmo assim chamá-lo de Merlot. Assim, perde-se a tipicidade do produto.


Também é possível oferecer um produto bom e barato quando o vinicultor tem uma produção limitada e não invista em insumos que encareçam o vinho, como, por exemplo, rolhas e cápsulas de qualidade. Também não deve ter muitos investimentos em tecnologia, pois tudo isso, somado aos altos impostos no Brasil, encarece o vinho.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Câmara Cascudo e a história da alimentação

7 de outubro de 2011|


Por Janaina Fidalgo

A partir da próxima sexta-feira, o Sesc Carmo receberá chefs e professores de gastronomia, em oito encontros, para falar dos aspectos históricos, culturais e sociais descritos por Câmara Cascudo em História da Alimentação no Brasil.

Pitadas de Sabores e Alimentos do Brasil começa com a chef Carla Pernambuco, do Carlota, que na próxima quinta (dia 14), às 19h, fará um prato com ingredientes das cozinhas indígena, portuguesa e africana. Depois, a programação segue, na outra quinta (dia 20), às 19h, com o Banquete dos Orixás. Tereza Paim, do Terreiro Bahia, fará um prato com azeite de dendê e outros ingredientes de origem africana. No mesmo dia, o sociólogo Reginaldo Prandi falará sobre as influências africanas na alimentação brasileira.

Na semana seguinte, dia 27, às 19h, o professor da Universidade Anhembi-Morumbi Ricardo Maranhão dará uma palestra sobre as influências indígenas na alimentação brasileira, em Caciques do Brasil. Em novembro (dia 3), às 19h, a historiadora Wanessa Asfora discute a influência dos alimentos portugueses no Brasil. Dia 10, a programação com uma aula sobre alimentos populares dada pela antropóloga Paula Pinto e Silva, autora de Farinha, Feijão e Carne Seca – Um Tripé Culinário no Brasil Colonial. No mesmo dia, Rodrigo Oliveira, do Mocotó, prepara um prato com farinha, feijão e carne-seca.

A programação, que segue até o dia 1º de dezembro, tem ainda uma exposição sobre as viagens de Cascudo, uma mostra fotográfica com pratos da cozinha brasileira e intervenções musicais.

Pitadas de Sabores e Alimentos do Brasil – Homenagem a Câmara Cascudo
Sesc Carmo (R. do Carmo, 147, 3111-7000), de 14/10 a 1º/12

A primeira D.O. do Brasil

Por sommelierprofissional (Alexandra Corvo)

Abaixo reproduzo o texto oficial para a DO Vale dos Vinhedos.
Abaixo o mapa da região, com a D O em cor rosa. Depois, o mapa da região demarcada.





Produção vitícola:
- As uvas deverão ser totalmente produzidas na região delimitada pela I.G. e conduzidas em espaldeira. - A irrigação e o cultivo protegido não são autorizados. A colheita é feita manualmente.

Cultivares autorizadas:
- Tintas: Merlot, como cultivar emblemática e Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat como variedades complementares.
- Brancas: Chardonnay como cultivar principal e Riesling Itálico como variedade complementar.
- Para espumantes (brancos e rosados): Chardonnay e/ou Pinot Noir como variedades principais e Riesling Itálico como variedade auxiliar

Limites de produtividade:
- Para uvas tintas: 10 toneladas/ha ou 2,5 kg de uva por planta.
- Para uvas brancas: 10 toneladas/ha ou 3 kg de uva por planta.
- Para uvas a serem utilizadas na elaboração de espumantes: 12 toneladas/ha ou 4 kg de uva por planta.

Produtos autorizados:
Vinhos tintos
- Varietal Merlot: Mínimo de 85% da variedade.
- Assemblage Tinto: Mínimo de 60% de Merlot, podendo ser complementado pelas demais variedades autorizadas (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat).
- A comercialização somente poderá ser realizada após um período de 12 meses de envelhecimento.
Vinhos Brancos
- Varietal Chardonnay: Mínimo de 85% da variedade.
- Assemblage Branco: Mínimo de 60% de Chardonnay, podendo ser complementado por Riesling Itálico.
- A comercialização somente poderá ser realizada após um período de seis meses de envelhecimento.
Espumantes
- Base Espumante: Mínimo de 60% de Chardonnay e/ou Pinot Noir, podendo ser complementado por Riesling Itálico.
- Elaboração somente pelo Método Tradicional (champenoise).
- O processo de tomada de espuma deverá durar no mínimo nove meses.
No rótulo deve constar os termos” brut” ( até 15 g/l açúcar) ; extra-brut (até 5 g/l ) e os nature (zero g/l açúcar)

Outras normas:
- A chaptalização e a concentração dos mostos não serão permitidas.Em anos excepcionais o Conselho Regulador da Aprovale poderá permitir o enriquecimento em até um grau.
- Poderá haver a passagem dos vinhos por barris de carvalho, não sendo autorizados “chips”e lascas ou pedaços de madeira.

Processo de rastreabilidade:
A Aprovale possui um Conselho Regulador responsável pelo regulamento de uso da Indicação Geográfica do Vale dos Vinhedos. Cabe a este conselho fazer o controle e fiscalização dos padrões exigidos pela normativa da atual I.P. e da futura D.O.
O Conselho Regulador mantém cadastro atualizado das vinícolas solicitantes da certificação e utiliza informações do Cadastro Vitícola do Ministério da Agricultura, coordenado pela Embrapa Uva e Vinho, para determinar a origem da matéria-prima.
Para controle da certificação são utilizadas as declarações de colheita de uva e de produtos elaborados, a partir das quais retira as amostras para análises físico-químicas, organolépticas e testemunhais. Estas amostras são lacradas e codificadas. Essa sistemática permite a rastreabilidade dos produtos.

Padrões de identidade:
Os produtos somente recebem o certificado após comprovada a origem da matéria-prima. 100% da uva deve ser procedente da área demarcada. Os vinhos também precisam ser aprovados nas análises físico-químicas e na avaliação sensorial (degustação às cegas), realizada pelo Comitê de Degustação, composto por técnicos da Embrapa, associados da Aprovale e da Associação Brasileira de Enologia.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Vinho e mulheres - SAÚDE

Do UOL Ciência e Saúde
03/10/2011
Substância encontrada no vinho tinto teria capacidade de acabar com câncer de mama, aponta estudo.


A pesquisa descobriu que o crescimento de células de câncer de mama era reduzido quando eram tratadas com o ingrediente natural

A pesquisa descobriu que o crescimento de células de câncer de mama era reduzido quando eram tratadas com o ingrediente natural

Uma substância química encontrada no vinho tinto pode parar o câncer de mama, de acordo com uma nova pesquisa. Os testes em laboratório mostraram que o resveratrol, encontrado na casca da uva, poderia impedir o desenvolvimento da doença, bloqueando os efeitos do hormônio estrógeno.

Os cientistas disseram que a descoberta, publicada na revista Faseb, tem importantes implicações para o tratamento de pacientes. Sebastiano Ando, da Universidade de Calabria, na Itália, afirma: "Resveratrol é um potencial fármaco que pode ser explorado quando o câncer de mama se torna resistente à terapia hormonal."

A substância química também é encontrada em blueberries, amendoins e cranberries.

O resveratrol bloqueia o caminho do estrogênio ao combinar com o DNA no corpo da mulher para espalhar células tumorais, transformando-as em malignas.

A pesquisa descobriu que o crescimento de células de câncer de mama era reduzido drasticamente quando eram tratadas com o ingrediente natural, enquanto nenhuma alteração foi observada nas células que não foram tratadas.

Outros experimentos revelaram que o efeito estava relacionado a uma redução nos níveis de receptor de estrogênio causada pelo próprio resveratrol.

Ainda que a descoberta possa ajudar muitas pessoas, o médico e editor-chefe da revista Faseb, Gerald Weissman, aponta que de maneira alguma as pessoas devem sair e começar a usar vinho tinto ou outros suplementos para tratar o câncer de mama.